A auto-piedade é um alimento venenoso, uma espécie de erva daninha que intoxica por completo o espírito, dificulta as relações e promove medo, desconfiança, solidão e melancolia. É filha do egoísmo e da lamentação, afilhada do orgulho e irmã da necessidade de aprovação e da necessidade de atenção especial.
O auto-piedoso teme o futuro e lamenta-se do passado, reclama do que não tem, não percebe a vida e não vive o hoje. Faz-se vítima, a pior possível, até se tornar único em seu sofrimento. Também tem o hábito de responsabilizar os outros pela sua dor, justificando seu estado, alimentando-se e escondendo-se no sofrimento. Quando plenamente tomado por esta toxina, e por não mais suportá-la, passa a distribui-la gratuitamente às pessoas que mais ama, através do pessimismo e do derrotismo, e às vezes, da vingança.
Elias Azevedo
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